Mensagem do Avô (2)

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Quando somos crianças, achamos que o melhor lugar do mundo é na casa dos nossos avós. E quando nos tornamos adultos, continuamos achando a mesma coisa!
Eles são tipo crianças e anjinhos, só que enrugadinhos…
– Ket António


Os filhos são filhos e vão ser sempre, mas a verdade é que os netos têm duas coisas: o facto de fazermos uma clareira para eles na nossa vida que torna tudo mais fácil. Tenho consciência de que com os meus filhos, tentei sempre fazer coisas com eles ao mesmo tempo que estava a fazer outra coisa qualquer. É o que os pais fazem: têm de engomar, varrer, têm de responder a mails, enquanto nós, com os netos, podemos abrir estas clareiras. Ter netos, para mim, foi uma maneira diferente de saborear a vida. Eu estou a fazer as coisas com elas, estou entregue àquilo que estou a fazer com elas.

Como pais temos a tendência para ser muito pedagógicos. Temos sempre a escola muito presente. Como avós, estamo-nos nas tintas para isso e também já não vamos brincar a jogos que não gostamos. Já não nos sentamos no chão a fazer torres de legos só porque é pedagógico. O que tenho descoberto com as minhas netas é o prazer de fazer coisas malucas.
– Isabel Stilwell


A minha Mensagem

Afonso e Martim,

Quando íamos levar a Mel, a Bia e o Tommy a passear, tu Afonso lembravas-te da parede.
– Vem comigo, avô, vamos ver se eu estou mais crescido — dizias.

Lá íamos todos até à parede daquela casa velha, quase sem tinta. Tu encostavas-te, muito aprumado na parede, e eu pegava num pedacinho de telha e marcava um tracinho rente à tua cabeça — e agora, com mais de 1 ano, o Martim adora imitar-te e vamos também pôr o tracinho da altura dele, não achas?
Depois víamos todos aqueles tracinhos fazendo lembrar uma escada!
– Estou quase grande, avô?

– Já tens mais de um metro.
– Avô…

– Diz.
– Quero ser tão alto como o papá.
– E vais ser. Mas tens de comer a sopa toda, fruta, legumes, tudo!
Quando voltarmos à parede dos tracinhos, e eu registar com o pedacinho de telha a tua altura, até a Mel, a Bia e o Tommy se vão espantar. Mas não te esqueças de que isso só acontece se comeres tudo. Valeu?

Beijos, muitos, muitos, e um abracinho apertado do avô.
Fernando

– Adaptado de “Mensagens do Avô”, António Mota, ed. ASA

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